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TÂNIA BLOOMFIELD e LUÍS CARLOS DOS SANTOS

Arquivos revelados

2024

Performance para vídeo - MP4

Performer: Tânia Bloomfield

Direção: Tânia Bloomfield e Luís Carlos dos Santos

Captura, edição e design de som: Luís Carlos dos Santos

21 minutos, em cores.

Fotos: Luís Carlos dos Santos

Acesse: https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/handle/1884/88671

“A videoperformance Arquivos revelados foi realizada tendo como base o Relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entregue a então presidente da República do Brasil Dilma Roussef, em 10 de dezembro de 2014. Nesta data, a Assembleia Geral das Nações Unidas comemora anualmente o Dia Internacional dos Direitos Humanos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, desde que foi proclamada, na França, em 1948. O Relatório da Comissão Nacional da Verdade (v.1) registra os nomes de 377 homens como associados ou diretamente perpetradores de práticas de fraude documental, sequestro, desaparecimento forçado, estupro, tortura ou assassinato de militantes de esquerda, seus apoiadores ou mesmo de pessoas não relacionadas com a resistência à ditadura militar no Brasil. Conceitualmente, a videoperformance alude à prática de arquivamento e denuncia, em sua formalização, as omissões, as negligências ou a destruição proposital ou não dos acervos de documentos sob a guarda das Forças Armadas que dizem respeito aos graves crimes cometidos e às informações sobre o golpe civil-empresarial-militar e a subsequente ditadura de 21 anos que se instalou no país. No vídeo, os nomes de todos os apontados no Relatório da CNV que atentaram contra os direitos humanos, previamente escritos com uma tinta invisível* sobre papel sulfite, são trazidos à luz ao serem submetidos ao fogo para, em seguida, virarem cinzas e voltarem à escuridão que, metaforicamente, relaciona-se com os dias mais sombrios da história recente do país. Concorrem, neste trabalho, as polaridades visível/invisível, em diferentes elementos. Na segunda parte do vídeo, a sonoridade do sabiá-ferreiro se destaca e é acompanhada pelo canto de outros pássaros, como bem-te-vis, rolinhas, corujas, periquitos, joões-de-barro, quero-queros, entre outros que, estranhamente e em conjunto, compõem a trilha sonora da cena noturna. Esses sons simbolizam a diversidade, a diferença e a possibilidade de vida após o período destrutivo gerado pela ditadura que, na primeira parte do vídeo, é representado pelo som de fogo crepitando e na qual são revelados alguns dos nomes de destacados agentes da ditadura. As ações executadas no trabalho vêm ao encontro dos encaminhamentos metodológicos propostos pelo professor e doutor em Direito da UFPR Leandro Franklin Gorsdorf, “desarquivar, nomear, dar corpo e performar”, cuja apresentação pode ser assistida no vídeo da mesa-redonda 02 ‘O invisível pode existir?’, que integra a seção Diálogos Rizomáticos, Mesas-redondas, neste sítio eletrônico”:

https://www.terraincognita60anos.com/mesas-redondas?pgid=lvfnzrv8-fc44bedf-d5b9-4d53-9917-9d61d3285e2d

- Tânia Bloomfield e Luís Carlos dos Santos -

 

*a tinta invisível tem, em sua composição, os seguintes elementos químicos que mais se destacam: C6H807, C10H16, C6H8O6, Ca, Fe, K, P, Mg, Na, Zn, C40H56, C8H11NO3, C63H88CoN14O14P, C29H50O2.

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